Timoneiro da grande equipa que
levou por diante a primeira mão do XXI Campeonato Ibérico de
Orientação Pedestre, Luís Santos traça no final do evento o seu
próprio balanço. Palavras sentidas de quem ama a Orientação como
poucos!
Depois de tanto trabalho, tanta
ansiedade e tanta emoção, o que sente o Diretor do XXI Campeonato
Ibérico de Orientação Pedestre agora que tudo chegou ao fim?
Luís Santos (L. S.) -
Sinto-me muito contente. Sei que a prova não foi perfeita, tivemos
alguns problemas relacionados sobretudo com a incapacidade de testar
os percursos e fazer um trabalho prévio mais seguro, o que nos
deixou “na corda bamba” em relação a algumas questões,
nomeadamente a questão dos tempos na Distância Longa. Apesar disso,
o balanço foi bastante positivo, oferecemos áreas magníficas para
a prática da Orientação e o tempo também ajudou. Mas sinto-me
contente também pelo grupo, pelo meu Clube. Agradar a todos os
participantes é sempre uma missão importante, mas a missão mais
importante era usar este evento e tudo o que fizemos no sentido de
unir o grupo. E isso foi inteiramente conseguido.
Se lhe pedir para eleger o
momento mais intenso deste Ibérico, desde a sua implementação até
ao “lavar dos cestos”, sobre qual recai a sua escolha?
L. S. - Pode parecer muito
estranho aquilo que vou dizer, mas o momento mais intenso que me
ocorre foi quando comecei a subir a serra no sábado, às 7 da manhã
e vi que o céu estava azul. As pessoas podem não compreender isto,
mas a importância das condições climatéricas aqui é enorme. Na
fase de preparação deparámo-nos com situações tão adversas que posso bem afirmar que com o frio e a neve que estavam era
impossível realizarmos o evento. Mas depois dum Inverno tão
rigoroso e prolongado, fomos presenteados com dois magníficos dias e
isso é algo que não vou esquecer depressa.
Em relação ao evento, ao índice
de participações e aos apoios que receberam, qual a sua impressão
global?
L. S. - Em termos de
participação, não estamos propriamente numa época de “vacas
gordas”, senão poderíamos apontar para mil atletas. O nosso ponto
de partida foi o Ibérico do ano passado, onde estiveram 480
participantes. Mas sendo a primeira etapa, sendo próximo de Espanha
e tendo o atrativo de ser a Serra da Estrela, ambicionávamos um
bocadinho mais e isso foi inteiramente conseguido. Quanto aos apoios,
gostaria de mencionar a parte da Comunicação que fez com que
atingíssemos índices de exposição mediática ímpares, mesmo se
comparando com outros eventos até de maior nomeada. Graças aos
apoios do Orievents e do Orientovar foi possível aparecermos na
generalidade dos mídia nacionais, nos grandes desportivos, nos
semanários, em todo o lado. O meu desejo maior é que consigamos
superar estes índices no próximo Portugal O' Meeting. Em relação
aos apoios locais, tendo a distância como grande inimiga, quer o
EcoResort e a Trilhos & Lagoas, quer a Câmara Municipal de
Gouveia, quer até outras entidades como os Bombeiros ou a GNR de
Montanha, todos foram fantásticos. Sem esses apoios não teríamos
conseguido fazer metade do que fizemos.
Em que medida é que o evento
pode trazer algum retorno para os agentes locais?
L. S. - Não tenho dúvidas
que muitas das pessoas que aqui estiveram vão querer voltar. Além
disso, nós quisemos ir além do próprio evento e uma das
coisas que fizemos foi a colocação de estacas de madeira para
percursos permanentes. Ou seja, vamos deixar o legado dos mapas, sim,
mas com pontos já marcados e distribuídos por toda a floresta. Isto
permitirá a realização de estágios, ações de formação,
atividades comerciais, de puro lazer, enfim, dá para muita coisa.
Sabemos o que acontece com tantos eventos, fazem-se centenas de
quilómetros e depois tudo acaba na altura de irmos embora. Nós não
queremos isso, queremos que os agentes locais tenham meios para usar
a Orientação e através da Orientação dar a conhecer a beleza do
seu território, algo que nós já bem sabemos.
O Portugal O' Meeting será o
próximo grande passo (!)
L. S. - Eu não diria que é
o próximo, mas sim o passo que está já a decorrer. O Portugal O'
Meeting já começou a sua preparação há cerca de um ano e neste
momento o trabalho técnico está a ser desenvolvido. Vamos dar o
melhor que temos, sabendo que em Gouveia o melhor que temos é
muito. Queremos que quem nos visite desfrute destas condições e
possa ter um fim de semana fantástico.
Saudações orientistas.
JOAQUIM MARGARIDO